Existe muita confusão a respeito do assunto, mas pode ter certeza: a doença precisa de tratamento e pode até matar
No setembro amarelo um dos assuntos mais falados é o problema da depressão. E não à toa, pois de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2019, 10,2% dos brasileiros maiores de idade sofrem de depressão. Isso são 16,3 milhões de pessoas, sem contar as crianças, que também passam por essa adversidade, de uma doença que afeta milhões de pessoas no mundo e ainda gera muito tabu na sociedade.
Uns falam que “vai passar”, enquanto outros sugerem inúmeras formas para minimizar as dores e sofrimentos que alguém com a doença pode transparecer. Muitos também confundem o sentimento de tristeza, que é normal e aceitável em qualquer indivíduo, com a depressão, que pode durar meses e até anos, atrapalhando a qualidade de vida de qualquer um.
O fato é que a doença é séria e pode evoluir para quadros tão severos que pode até matar. Quando perdemos a disposição para realizar atividades que antes eram prazerosas, tudo parece sem vida e sem propósito. Como nada mais faz sentido, e não enxergam ferramentas para reverter o quadro, algumas pessoas buscam no suicídio uma possibilidade de se libertar do sofrimento.
Será que é depressão?
Muitas pessoas associam, erroneamente, a depressão com aquela imagem melancólica dos personagens nos filmes, mas muitas pessoas depressivas escondem bem suas dores em convívio social, sorrindo e fazendo piadas. Além disso, existem muitas categorias da doença como o transtorno depressivo maior, o transtorno bipolar, a distimia, os episódios depressivos, as depressões sazonais, pós-parto, atípicas, enfim. Tantos tipos que apenas um especialista, com um diagnóstico profissional, pode afirmar sobre um paciente.
No entanto, há algo comum em muitos depressivos que é a perda de interesse e prazer nas coisas pequenas do dia a dia. O humor depressivo, onde aquele sentimento de vazio impera, também é bastante recorrente. Confira na lista abaixo alguns sintomas de depressão.
Humor triste, ansioso ou “vazio” persistente;
Sentimentos de desesperança, luto ou pessimismo
Irritabilidade
Sentimentos de culpa, inutilidade ou desamparo
Perda de interesse ou prazer pela vida, hobbies e atividades
Diminuição da energia ou fadiga
Mover ou falar mais devagar
Sentir-se inquieto ou ter problemas para ficar sentado
Dificuldade de concentração, lembrança ou tomada de decisões
Dificuldade para dormir, despertar de manhã cedo ou dormir demais
Apetite e / ou alterações de peso
Pensamentos de morte ou suicídio, ou tentativas de suicídio
Dores, dores de cabeça, cólicas ou problemas digestivos sem uma causa física clara e / ou que não se aliviam mesmo com o tratamento.
Então, se você tem experimentado alguns desses sinais e sintomas a maior parte do dia, quase todos os dias, durante pelo menos duas semanas, saiba que você pode estar sofrendo de depressão.
A depressão e a pandemia
Se nosso país já tem uma parcela considerável de pessoas passando por transtornos psiquiátricos, a pandemia do coronavírus veio para aumentar a sensação de ansiedade em muita gente. Como não se sentir angustiado ao acompanhar no noticiário as notícias de mortes e em perder tantos amigos e pessoas conhecidas para a Covid-19?
Sabemos que muitos de nossos associados tiveram uma mudança brusca na rotina. Não poder mais sair de casa para encontrar os colegas de trabalho, conversar com pessoas diferentes, espairecer em nossos complexos durante as pausas. Todo o planeta foi obrigado a se adaptar a uma realidade até então desconhecida e podemos estar passando por uma espécie de pandemia da depressão também.
Um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicado pela revista The Lancet afirma que os casos de depressão aumentaram 90% e o número de pessoas que relataram sintomas como crise de ansiedade e estresse agudo mais que dobrou entre os meses de março e abril deste ano.
Acho que meu colega tem depressão, o que fazer?
Se você conhece ou tem notado alguém que apresenta uma certa apatia, ou alguns dos sintomas listados acima por um tempo além do normal, quebre o gelo! Coloca nosso jeito de Ser do Bem em prática e diga que está ali para escutar, caso essa pessoa precise conversar e tente não fazer julgamentos ao ouvir as causas dela. A empatia é uma ferramenta essencial nessa hora, combinado?
Se você está se sentindo assim, não deixe de pedir ajuda também e marcar uma consulta com um profissional. Lembre-se que dispomos agora de um benefício novo, online e gratuito: a plataforma Psicologia Viva, acessível onde e quando precisar e que conta com mais de 3 mil psicólogos cadastrados, disponíveis para te ajudar!
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